Com mentiras descaradas, Jair Bolsonaro submete o Brasil a novo vexame na ONU

Com mentiras descaradas, Jair Bolsonaro submete o Brasil a novo vexame na ONU

Jornalista e autor do livro, O golpe do capital contra o trabalho

O governo concedeu a cerca de 60 milhões de brasileiros e brasileiras mais pobres ou que perderam a fonte de renda na pandemia um auxílio emergencial de R$ 800,00, valor equivalente a R$ 4,2 mil.

O Brasil estava à beira do socialismo e agora recuperou a credibilidade mundial.

A economia vai de vento em popa, com investimentos bilionários em curso na área de infraestrutura.

O governo é o mais honesto da história e não tem um só caso de corrupção.

Os atos da extrema direita em apoio ao genocida no 7 de setembro foram os maiores da história do país.

O Brasil reduziu o desmatamento em agosto e cuida muito bem do meio ambiente.

Essas foram algumas das mentiras descaradas com que o presidente Jair Bolsonaro recheou seu discurso na abertura da Organização das Nações Unidas (ONU), nesta terça-feira (21).

Submeteu a pátria amada a mais um dia de vexame internacional.

Fantasias reacionárias

O chefe do Palácio do Planalto e seu rebanho fazem questão de ignorar o escândalo da vacina descoberto e sob investigação na CPI da Covid, o desemprego em massa, a carestia, a estagflação, os crimes ambientais, a tragédia sanitária.

Desenha com seu discurso um mundo de fantasias reacionárias, recheado de Fake News que os bolsonaristas reproduzem nas redes sociais para alimentar o ódio e a intolerância neofascista.

O valor médio do auxílio emergencial é na verdade de míseros R$ 250,00, o que não chega a 50 dólares ao câmbio atual. Mas Bolsonaro, ocupado em criar uma realidade paralelo para distrair seu gado, mentiu de cara limpa em Nova York.

Ao contrário do que sugere o discurso falacioso, a área desmatada da Amazônia em agosto de 2021 é a maior para o mês em dez anos.

Dados do Sistema de Alerta de Desmatamento (SAD) Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônica (Imazon), que monitora a região por satélite, indicam que foram desmatados 1.606 km² de floresta em agosto. Corresponde a cinco vezes o tamanho de Belo Horizonte e é 7% maior do que o registrado em agosto de 2020.

O Mito da extrema direita elogiou o agronegócio e não poupou mentiras sobre os índios e o meio ambiente, que seu governo está destruindo, ao contrário do que disse.

Mais um triste espetáculo

O senador Renan Calheiros (MDB-AL), relator da CPI da Covid, comentou:  “Lamentavelmente, mais um triste espetáculo. O presidente mentiu do começo ao fim do seu discurso. Parece que estava falando de outro país, que não esse velho país com todas as contradições que nós conhecemos”.

“O discurso pífio do presidente na assembleia mostra ao mundo a república do cercadinho, uma vergonha para todos os brasileiros, a exumação da insignificância. Único líder do G-20 não vacinado, Bolsonaro repetiu seu papel de figura rudimentar, anacrônica e transitória e propagador de mentiras”, complementou o parlamentar alagoano.

Inflação

Ele voltou a defender o “tratamento precoce” contra a Covid-19, ou seja, o uso da cloroquina e outros medicamentos que são comprovadamente ineficazes contra o novo coronavírus e já provocaram a morte de vários pacientes e doentes usados como cobaias.

Para arrematar, Bolsonaro afirmou que governadores e prefeitos são os responsáveis pela inflação não só no Brasil mas “no mundo todo” em função das medidas de isolamento social adotadas durante a pandemia.

Na verdade a inflação e a estagnação da economia são obras da política econômica neoliberal comandada por Paulo Guedes, que subordina os preços dos combustíveis e alimentos aos humores instáveis do mercado internacional.

Uma das razões para a alta do dólar, apontada pelos analistas, é a crise política e institucional em que o presidente mergulhou o país. A credibilidade do Brasil no mundo nunca foi tão baixa.