Baleia Rossi (MDB-SP) foi escolhido para disputar a presidência da Câmara
É jornalista e assesor parlamentar licenciado do Diasp
O nome do deputado Baleia Rossi (MDB-SP) foi escolhido, nesta quarta-feira (23), pelo grupo do atual presidente da Câmara Rodrigo Maia (DEM-RJ), para disputar o comando da Casa no próximo biênio. O nome do emedebista foi oficializado ainda nesta quarta. A eleição vai acontecer no dia 1ª de fevereiro, quando recomeçam as atividades
O grupo liderado por Maia é composto por 11 partidos: DEM (28), PSDB (31), MDB (34), Cidadania (8), PSL (41), PT (54), PCdoB (9), PDT (28), PSB (31), PV (4) e Rede (1). Juntos têm 269 deputados. Mas espera-se algo em torno de 20% de defecções, tanto de um lado, quanto de outro. Para eleger o presidente, em 1º turno, são necessários 257 votos favoráveis (maioria absoluta). Tudo indica que a eleição vai ser decidida em 2 turnos.
Tão logo o nome do deputado Baleia Rossi foi oficializado, os partidos de oposição — PT, PSB, PDT e PCdoB —,comunicaram, por meio de nota, que vão se reunir na próxima segunda-feira (28), às 14h com Rossi, para debater a agenda que vai nortear a candidatura e o mandato à frente da Câmara.
A bancada do PSL aparece no portal da Câmara com 41 deputados, mas na verdade tem 53. É que 12 deputados estão suspensos, mas podem votar. Espera-se, ainda que a bancada esteja formalmente alinhada com o grupo de Maia, que muitos deputados da legenda votem no candidato do governo. O voto é secreto.
O bloco sob a liderança de Maia vai “bater chapa” com o “Centrão”, que tem como candidato a presidente da Casa, o deputado Arthur Lira (PP-AL), que por sua vez tem o apoio do governo Bolsonaro. Compõem esse bloco de partidos: PP (41), PL (41), PSD (33), Solidariedade (13), Pros (10), Avante (8) e Patriota (6), com 152 deputados. Some-se a esse bloco: PTB (11), PSC (9) e Republicanos (31).
A rigor, com a polarização demarcada entre o grupo de Maia e o “Centrão”, apenas 2 partidos ainda não se definiram para que lado irão nessa disputa — o Podemos (11) e Novo (8).
A bancada do PSol, com 10 deputados, anunciou que poderá lançar candidato para marcar posição. Mas os deputados Marcelo Freixo (RJ) e Fernanda Melchionna (RS) defendem que o partido integre a frente liderada por Maia.
Perfil: conheça os candidatos
Baleia Rossi* está no exercício do 2º mandato, paulista, empresário. Destaca-se como negociador.
• Trajetória na vida pública - iniciou a carreira política aos 20 anos, quando se elegeu vereador de Ribeirão Preto, cargo que ocupou por 3 mandatos. Também atuou como secretário de Esportes no mesmo município. Antes da eleição para a Câmara Federal, exerceu 3 mandatos de deputado estadual. É filho do ex-ministro da Agricultura, Wagner Rossi.
• Atuação político-parlamentar - presidente nacional do MDB, é o líder do partido na Câmara dos Deputados. Já atuou como líder e vice-líder de bloco parlamentar tendo o MDB à frente. Atuou como membro titular na comissão especial da PEC 6/19, sobre a reforma da Previdência. É de sua autoria a PEC 45/19, que trata da reforma tributária. A proposta transforma 5 impostos — 3 tributos federais (IPI, PIS e Cofins), 1 estadual (ICMS) e 1 municipal (ISS) —, em apenas 1, que deve se chamar IBS (Imposto sobre Bens e Serviços) e será cobrado no destino.
• Especialização técnica - a área social, especialmente no que diz respeito às demandas de entidades assistenciais e filantrópicas, é prioridade no mandato. Rossi é considerado um interlocutor do 3º setor no Parlamento e também um dos operadores temáticos nas áreas de Previdência e Assistência Social, além da área de tributos e finanças.
Arthur Lira* está no exercício do 3º mandato, alagoano, empresário. Destaca-se como negociador.
• Trajetória na vida pública - de família tradicional na política alagoana, é filho do ex-senador Benedito de Lira. Iniciou a atividade política como vereador de Maceió e também exerceu mandatos de deputado estadual.
• Atuação político-parlamentar - líder do PP e do maior bloco parlamentar da Casa, que reúne 7 partidos, firmou-se como o principal interlocutor do chamado centro político. Em 2020, conduziu as negociações no Parlamento para viabilizar a agenda do governo Bolsonaro. No currículo, acumula a experiência de ter presidido 2 importantes colegiados: a CCJ (Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania) da Câmara e a CMO (Comissão Mista de Planos, Orçamentos Públicos e Fiscalização) do Congresso Nacional em 2016.
• Especialização técnica - entre as relatorias que assumiu, destaque para o PL 1983/15, que dispõe sobre o teto remuneratório para cartórios. O deputado emitiu parecer na CCJ pela aprovação do projeto. No Parlamento, é um dos operadores temáticos em agricultura, questões fundiárias e agrárias.
(*) Perfis extraídos da publicação do DIAP Os “Cabeças” do Congresso Nacional - Ano 2020