O Brasil, a Bahia e a construção

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Por Raimundo Brito*

O setor da construção no Brasil vem crescendo ano após ano, ganhando significativa relevância no cenário nacional e contribuindo para a evolução econômica do País. Esta expansão foi motivada pelo aumento dos investimentos públicos em obras de infraestrutura e em unidades habitacionais, a partir do lançamento de dois programas de governo: o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC I e II), em 2007 e 2009,respectivamente, e um Programa de Habitação popular chamado Minha Casa, Minha Vida, em 2009. Foram investidos na cadeia produtiva da construção R$ 349,4 bilhões, apenas em 2012.

Em 2010, a construção alcançou o seu melhor desempenho em 24 anos e cresceu 11,6%. Este resultado se deveu a vários fatores: investimento em infraestrutura, incentivos fiscais, aumento da massa salarial, dentre outros. O crescimento foi de 49,6% em 8 anos, o que indica a importância estratégica do setor para o país. O número de trabalhadores e trabalhadoras na indústria da construção saiu de pouco mais de 1,5 milhão para quase 7 milhões, nesse período.

Em 2014, as obras de infraestrutura vão aumentar. Os investimentos públicos e privados podem chegar a R$ 1,5 trilhão até 2017. Este valor será aplicado em 12.265 obras espalhadas por todo o país. Nesse total incluem-se tanto as que estão com o cronograma definido, para serem entregues nos próximos anos, como os empreendimentos a serem licitados. Este conjunto de obras inclui: refinarias, hidrelétricas, estradas, ferrovias, montagem de plataformas de petróleo, projetos de mobilidade urbana, petróleo e gás, mineração, bem como obras de construção de casas populares.

Com canteiros de obras espalhados por todo o território nacional, este novo ciclo de investimento, além de impulsionar o crescimento do país, aquecendo o mercado de grandes construtoras, também esquenta a demanda por máquinas, equipamentos e insumos, o que estimula o interesse de fabricantes internacionais.

O principal desafio do país, rumo ao desenvolvimento, é a construção de um projeto nacional, que possa aliar investimentos, tanto em infraestrutura produtiva, como social, o que acarretará importantes mudanças no campo econômico, social e político. Além de garantir a reeleição da presidente Dilma, que é o desafio número um dos trabalhadores brasileiros.

A Bahia é o estado onde a Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB) tem o maior número de entidades filiadas. São 17 sindicatos de trabalhadores e trabalhadoras do ramo da construção e a Federação Estadual de Trabalhadores e Trabalhadoras da Construção e Mobiliário, representando cerca de 470 mil trabalhadores e trabalhadoras.

O setor da Construção tem crescido em média, na Bahia, nos últimos anos, 5,4%, superando a média nacional. Este setor também é um dos mais dinâmicos da economia baiana. Em 2010, o setor da Construção foi responsável por 8,4% do PIB (Produto Interno Bruto) do estado.

Avançar nas conquistas, garantir direitos, lutar pela valorização do trabalho, redução da jornada de trabalho de 44 horas para 40 horas semanais, sem redução de salário, o fim do fator previdenciário, contra a terceirização e precarização do trabalho, mais segurança nos canteiros de obras, salários iguais para homens e mulheres, diminuição do tempo de aposentadoria de 35 anos para, pelo menos, 30 anos, entre outros, são desafios do movimento sindical.

Viva os trabalhadores da construção de todo mundo!

 

*Raimundo Brito é secretário de Finanças da FETRACOM-BA e coordenador Nacional do Ramo da Construção na CTB.