Epidemia de feminicídio escancara o machismo estrutural no Brasil
É deputada federal pelo PCdoB-BA e vice-presidente da Comissão de Defesa dos Direitos da Mulher da Câmara dos Deputados
O feminicídio pode ser considerado hoje como uma circunstância epidêmica no Brasil, talvez pelo fato da mulher brasileira ter começado a aprender a dizer NÃO. Infelizmente, o Brasil é o quinto país que mais mata mulheres no mundo.
Na Bahia, o número de feminicídios cresceu 32,9% em 2019, de acordo com dados da Secretaria de Segurança Pública da Bahia (SSP-BA), divulgados em janeiro de 2020. Foram registrados 101 casos de feminicídios em todo o estado no ano passado. Em 2018, a Bahia teve 76 crimes do mesmo tipo.
No estado, temos a eficaz Operação Ronda Maria da Penha, do governo estadual, e também um importante trabalho realizado pela secretária estadual de Políticas para as Mulheres, Julieta Palmeira, que tem destacado muito o tema da masculinidade tóxica com a campanha “Respeita as Mina”, que hoje tem uma abrangência nacional, que atua contra a violência à mulher. Porém, os traços culturais do machismo e essa visão atrasada ainda persistem em muitos rincões do Brasil, em especial no Nordeste.
Então, fazer com que a educação não diferenciada entre meninos e meninas comece na família e na escola será fundamental para que no curso de anos possamos mudar esse perfil constrangedor e discriminatório do tratamento da mulher em nosso país.