Comunicação sindical: é preciso mais que resistir; é preciso criar e transformar
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A comunicação, naturalmente, já passou ao longo da evolução por diversas transformações e progressos e, ainda hoje, atravessa novos percursos. Esses avanços na maneira com que nos comunicamos podem ser notados em todas as esferas políticas e sociais. Assim como a evolução e o alcance de novas tecnologias, os novos meios de comunicação ultrapassam barreiras a cada instante.
Na comunicação sindical, pode-se notar grande progresso que vai desde os panfletos, distribuídos pelos sindicatos nas portas dos locais de trabalho, até os mecanismos mais atuais liderados pela Internet — as redes sociais.
A trajetória da comunicação sindical se confunde com a história da organização dos trabalhadores. Para entender melhor, temos que voltar a 1958, data em que foi deflagrada a primeira greve de associação classista brasileira, chamada Imperial Associação Tipográfica Fluminense. Os tipógrafos foram também os pioneiros na criação de meio de comunicação periódico em defesa de suas ideias. Fato que ocorreu após o fim da paralisação.
Sabemos que para comunicar é preciso mais que falar ou escrever.
É verdade também que existem paredes, muros e verdadeiras muralhas para impedir quem quer que seja a compreensão da nossa mensagem.
É por isso que, antes de qualquer outra consideração sobre a importância ou a centralidade da comunicação, precisamos nos debruçar sobre o tipo de linguagem que precisamos usar para fazer comunicação que comunique.
Isto é, uma comunicação que não seja uma muralha para impedir a compreensão do que nós queremos comunicar.
Outras formas de linguagem, como a corporal, a do teatro, a da música e outras tantas mais. Mas, no dia a dia, a forma de linguagem mais conhecida se concretiza em palavras, faladas ou escritas.
As palavras são as portas de entrada da nossa comunicação. Precisamos transformar o nosso discurso, temos um novo perfil de trabalhadores e trabalhadoras. É preciso acreditar que os nossos discursos conquistem “corações e mentes” da classe trabalhadora.
Para isto, precisamos nos adequar, inovar e buscar formas mais inteligentes e rápidas de comunicação com a classe trabalhadora. Mas, antes precisamos compreender que estamos levando um “banho” nesse quesito, a fim de buscar as mudanças necessárias para fazer trabalho mais eficaz nesse setor que é estratégico.
Do rádio e do carro de som ao uso da televisão e de vídeos, do tradicional jornal ao boletim é necessário comunicação fácil.
Precisamos entender a importância da arte de “manchetar”.
São muitas as possibilidades para transmitir ideias, planos e organizar a ação sindical. Há um novo perfil de trabalhadoras e trabalhadores, o que exige linguagem mais clara e objetiva que atinja seu coração e mente.
O essencial é unir conteúdo com criatividade. E saber que existem inúmeros instrumentos, e disposição de usá-los, de testá-los, de experimentá-los.
Precisamos incursionar por esses novos caminhos, sem medo de errar!
Flora Brioschi, Secretária de Políticas Sociais da CTB-Bahia