Chega a data do Enem e a luta pela educação continua
Este autor não possui descrição
Neste final de semana e no próximo, milhares de jovens de todo o Brasil irão fazer o Enem (Exame Nacional do Ensino Médio), que permite o ingresso em universidades e cursos técnicos federais. Com a nota do Enem, o jovem pode conseguir vaga para cursos de graduação em universidades públicas pelo Sisu (Sistema de Seleção Unificada) e também bolsas de estudo pelo Prouni (Programa Universidade para Todos). Os jovens têm chance ainda de obter financiamento através do Fies, garantir uma vaga gratuita no Pronatec (Programa Nacional de Acesso a Cursos Técnicos) e até mesmo bolsa para estudar no exterior. Porém, muitos deles não sabem a batalha que foi e é para se conquistar e manter esses direitos.
Em março de 1968, estudantes reclamavam em um restaurante sobre os preços elevados das refeições. Para contê-los, o comandante Aloísio Raposo atirou no jovem de 17 anos Edson Luiz de Lima. A morte desse estudante virou uma bandeira histórica na luta por uma educação gratuita e de qualidade para todos. Mesma sendo assegurada na Constituição, a educação não se apresenta com a mesma qualidade para todos, reproduzindo graves desigualdades sociais.
Na última década, importantes vitórias foram conquistadas. A transformação no ensino superior passou pela democratização do acesso, com a implantação do Enem e do Sisu. Depois, as instituições criaram mais vagas e cursos noturnos, que ampliaram a sua estrutura física por meio do Programa de Apoio a Planos de Reestruturação e Expansão das Universidades Federais, o Reuni.
Ao mesmo tempo, o ProUni, o Fies e a Lei de Cotas foram a porta de entrada, em faculdades privadas e federais, de milhões de estudantes oriundos da escola pública, em sua maioria negros, pardos e indígenas, historicamente excluídos do ambiente acadêmico.
Com muita luta, a população brasileira conquistou a aprovação do Plano Nacional de Educação, assegurando 10% do PIB nacional para a educação. Também foram obtidas a destinação de 75% dos royalties do petróleo e 50% do Fundo Social do Pré-Sal para o setor. Agora, o governo gopista de Michel Temer está acabando com todas essas conquistas, com o apoio de um congresso corrupto e terrivelmente conservador.
As medidas ultraliberais adotadas por Temer terão um impacto gigantesco na juventude. A juventude precisa voltar às ruas para garantir um futuro digno e continuar com a perspectiva se aposentar. Juntos, temos de retomar a democracia e o crescimento econômico, com eleições diretas e valorização do trabalho, devolvendo ao povo o direito a escolher que rumo queremos para o Brasil.
Não será a primeira vez que os jovens brasileiros tomarão às ruas da cidade para lutar pelo que acreditam, na dianteira no campo de batalha. Desde a ditadura, os jovens têm mostrado força. Depois, vieram os cara pintadas, o movimento Passe Livre e a Revolta do Buzu em Salvador, onde paramos a cidade por e 5 dias e conquistamos o congelamento da tarifa e a ampliação da meia-passagem aos domingos e feriados.