Unidade contra a agenda privatista

Este autor não possui descrição

Adilson Araújo*

Sob a bandeira de “Nenhum direito a menos” e “Rumo à construção da greve geral”, 23 estados, além do Distrito Federal, ocuparam as ruas e mandaram recado ao presidente sem voto Michel Temer neste 22 de setembro. Esse foi apenas um esquenta para a greve geral que as centrais estão preparando caso a agenda regressiva de Temer avance contra os direitos sociais e trabalhistas.

Em ato das centrais, CTB avisa governo e Fiesp: “Não vão transformar chão de fábrica em senzala”

Esse Dia Nacional de Paralisação mobilizou diversas categorias em torno de uma agenda comum, a qual tem por centro resguardar as conquistas do último período e avançar na construção deste projeto, com crescimento econômico, geração de emprego e distribuição de renda. Na contramão, o senhor Temer sinaliza não se importar muito com tais bandeiras e aponta sua mira para os direitos trabalhistas e a reforma da Previdência.

A luta em curso comprova que a mobilização da classe trabalhadora ganha dimensões cada vez maiores, que se reflete na unidade das principais centrais. E mais, centrais, federações e os sindicatos assumem seu papel nessa disputa e respondem a altura ao atentado promovido pelo presidente biônico contra direitos consagrados.

Neste 22, os trabalhadores e trabalhadoras do Brasil mandaram seu recado de luta em defesa dos direitos, mas também defesa do Estado Democrático de Direito. Ficou claro que os movimentos sindical e social não aceitarão nenhuma proposta que não leve em conta um horizonte de desenvolvimento com valorização do trabalho e distribuição de renda. Não será a classe trabalhadora que pagará a conta, nem tão pouco o “pato”!

Derrubaremos o laboratório de maldades do capital

Os representados pela Federação das Indústrias de São Paulo (Fiesp), no nosso entendimento um laboratório de maldades contra o trabalhador, ouviram ontem [22 de setembro] em alto e bom tom que o Brasil não será refém dos interesses financeiros das elites e nem do rentismo.

O patronato fala em modernizar as relações de trabalho, mas hoje o salário mínimo é de R$ 880, na época deles era oito vezes menor. Por outro lado, membros da diretoria da Fiesp deve aos cofres da nação brasileira R$ 6,9 bilhões, [o equivalente a] 7.840.410 salários mínimos.

É esta a turma que faz o discurso da moralidade e por traz de suas máscaras estão a face da corrupção que corrói a nossa riqueza há mais de 500 anos.

Eles querem resgatar o princípio daquela agenda privatista da era FHC que entregou empresas estratégicas nas mãos do capital estrangeiro. Nós responderemos com luta e greve geral.

 

*Adilson Araújo, presidente nacional da CTB.