Queiroz demitiu esposa e mãe de miliciano para esconder elo com Flávio Bolsonaro

Queiroz demitiu esposa e mãe de miliciano para esconder elo com Flávio Bolsonaro

Geral CTB Geral 06/09/2019

As duas mulheres, contudo, não são a única ligação conhecida entre Flávio e o miliciano. Adriano Nóbrega recebeu, a pedido do filho do presidente, duas honrarias

O Globo revelou nesta quinta-feira (5) conversas de WhatsApp que mostram que Fabrício Queiroz avisou que iria demitir mãe e esposa do ex-capitão do Bope, Adriano Nóbrega, suspeito de comandar o Escritório do Crime (grupo especializado em mortes sob encomenda). Queiroz, que já não trabalhava no gabinete de Flávio Bolsonaro, queria evitar que descobrissem o elo entre o miliciano e o então deputado estadual.

De acordo com o jornal, Queiroz fora exonerado do gabinete de Flávio entre o primeiro e o segundo turno das eleições de 2018. Mas em 6 de dezembro, mesmo dia em que a imprensa revelou que ele estava sendo investigado pelo Coaf por movimentações milionárias incompatíveis com sua renda, Queiroz mandou mensagens para Danielle Mendonça da Costa da Nóbrega e avisou que ela também seria demitida.

Na esteira do escândalo do Coaf, caiu também o cargo de Raimunda Veras Magalhães, mãe do “Capitão Adriano”, também lotada no gabinete de Flávio.

Queiroz até recomendou que Danielle não usasse o sobrenome Nóbrega. Ela respondeu que estava em outro relacionamento conjugal. Mas, no mesmo dia, mandou mensagem para o Capitão Adriano reclamando que perdeu o dinheiro do gabinete. O miliciano afirmou que encontraria uma solução. O salário dela era de R$ 6.490,35.

Segundo o jornal, “a íntegra da conversa foi extraída do celular de Danielle, apreendido pelo Grupo de Atuação Especial no Combate ao Crime Organizado (Gaeco) do Ministério Público do Rio, durante a Operação “Os Intocáveis”, em janeiro deste ano.”

A Operação expediu mandado de prisão para Adriano e mais de uma dezena de militares suspeitos de crimes, incluindo assassinatos.

Procurado, Queiroz admitiu a conversa com Danielle e afirmou que “tais diálogos tinham como objetivo evitar que se pudesse criar qualquer suposição espúria de um vínculo entre ele e a milícia”.

As duas mulheres, contudo, não são a única ligação conhecida entre Flávio com o miliciano. Adriano Nóbrega recebeu, a pedido do filho do presidente, duas honrarias, de louvor e congratulações por serviços prestados à Polícia Militar do Rio.

Fonte: CTB-Nacional