Metade dos leitos da UTI Geral Adulta do Hospital Geral Roberto Santos (HGRS) estão sob risco de fechamento por desfalques na escala de médicos plantonistas. A decisão da diretoria do hospital de demitir um terço dos médicos da unidade em maio deste ano, fato amplamente denunciado pelo Sindimed, agravou o problema crônico de recursos humanos da unidade. A carga de trabalho extra se associou a defasagem salarial, falta de vínculo trabalhista, atrasos recorrentes no pagamento e precárias condições de trabalho levando os médicos a pedirem demissão.
Chegou-se a um ponto que na escala de outubro, estão confirmados apenas oito médicos, número insuficiente para manter o funcionamento da unidade com os vinte leitos. Caso a gestão não tome providências imediatas, pelo menos dez leitos de UTI precisarão ser fechados.
Diante deste quadro preocupante, o Sindimed encaminhou, nesta segunda (28), um ofício à Sesab, diretoria do HGRS, Cremeb e Ministério Público para comunicar sobre a situação em que se encontra a unidade, e solicitou que sejam tomadas medidas urgentes para que a população não fique ainda mais desassistida.
A UTI Geral do HGRS é a unidade de maior complexidade da rede pública estadual. Atende pacientes de nefrologia, neurocirurgia, cirurgia vascular, hemorragia digestiva, intoxicação exógena, entre outros. Entretanto a sua importância não se reflete nas condições de trabalho, as quais vêm se deteriorando nos últimos tempos.
Problema de recursos humanos crônico
A dificuldade de se manter um corpo clínico na UTI do Roberto Santos e nas demais UTIs públicas é um problema crônico que tem raízes na política de recursos humanos baseada na terceirização. Mais de cem médicos, contratados por Pessoa Jurídica ou Cooperativa, já passaram pela UTI nos últimos 5 anos entretanto a falta de vínculo trabalhista associado a condições de trabalho ruins levam a uma grande rotatividade. Por outro lado dos nove médicos estatutários somente dois sairam da unidade. Somente com Concurso Público se conseguirá a estabilidade no quadro funcional e a garantia de uma assistência a saúde contínua.
Fonte: Sindimed Bahia.