Debate abre V Encontro da Construção e da Madeira da CTB

Geral CTB Geral 29/09/2015

Dezenas de sindicalistas iniciaram, na tarde desta segunda-feira (28), o V Encontro do Ramo da Construção e Madeira da CTB, no Sindicato dos Marceneiros de São Paulo. Realizado anualmente pela Central, o encontro reúne dirigentes de sindicatos filiados para debater propostas e definir uma agenda de lutas que orientem as ações do segmento pelos próximos meses.

Na cerimônia de abertura, Raimundo Brito, coordenador do Ramo, e dirigente da Federação dos Trabalhadores da Construção da Bahia - Fetracon-BA e do Sintracon-BA, saudou os participantes e reforçou a importância de promover mais uma edição do encontro, que permite ao sindicalistas contribuir com propostas para os enfrentamentos dos trabalhadores do setor.

Compuseram a mesa de abertura,  Onofre Gonçalves, presidente da CTB-SP; Antônio Lopes, presidente do Sindicato dos Marceneiros de SP e da União Internacional de Sindicatos da Construção e Madeira - UITBB; Lucia Maia, presidente da Federação Latino-Americana de Trabalhadores da Construção e Madeira – Flemacon; e Miraldo Vieira, secretário-geral da Confederação Nacional dos Trabalhadores na Indústria da Construção e do Mobiliário  - Contricom, além de diversos representantes de sindicatos estratégicos do setor.

Após a abertura, Pascoal Carneiro, secretário de Previdência, Aposentados e Pensionistas da CTB nacional, fez uma análise de conjuntura e do setor da construção civil diante do atual momento econômico e político. Em sua intervenção, o sindicalista ressaltou os desafios vindouros para o segmento e seus trabalhadores.

 

Trabalhadores nas ruas

Dentro desse contexto, Carneiro foi enfático ao destacar a importância de lutar por uma política de leniência. “É necessário defendermos o trabalhador e para isso é preciso garantir um acordo de leniência. Precisamos de uma politica de leniência para penalizar apenas os diretores, mantendo os ativos sob responsabilidade do governo federal para mão prejudicar as obras e nem os trabalhadores”, destacou o dirigente.

Para o sindicalista, é inaceitável que os impactos desses escândalos recaiam sobre os ombros dos operários. “Não podemos aceitar a paralisação das grandes obras, pois os trabalhadores serão afetados, não receberão os direitos trabalhistas e nem os salários. Por isso fazemos essa reivindicação: Uma lei que determine a punição dos responsáveis sem prejuízos para a empresa ou os seus trabalhadores”, reforçou.

Carneiro reconheceu que a crise está “brava” e se nada for feito quem vai pagar a conta são os trabalhadores. “Portanto, não podemos abaixar a cabeça e aceitar. A melhor arma é apresentar propostas e sairmos às ruas para brigar por nossas reivindicações. A luta se faz nas ruas”, lembrou ao completar: “Para isso é preciso que o movimento sindical se politize e entenda o que é defender os direitos dos trabalhadores e o que é a classe em si. É preciso se politizar para defender seus direitos, da categoria e do conjunto dos trabalhadores”, finalizou.

Números preocupantes

Na segunda mesa, José Silvestre, coordenador de Relações Sindicais do Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos – Dieese, apresentou um panorama do mercado de trabalho do setor.

De acordo com os números apresentados, o setor que atualmente emprega cerca de 8,8 milhões de trabalhadores - cerca de 64% tem carteira assinada - , pode enfrentar sérios problemas, pelo menos até o ano de 2016, afirma o coordenador.

Para o coordenador do Dieese, dificilmente o resultado das Campanhas Salariais dos anos anteriores se repetirá. “A trajetória de ganho real dos últimos anos, não deve continuar no mesmo patamar. Na média nesses últimos anos, os trabalhadores da construção conseguiram conquistar um ganho médio 2,5% a 3% acima do conjunto das negociações. Diante desse cenário, dificilmente vamos conseguir manter essa trajetória, Visto as dificuldades que as grandes categorias como bancários, correios, entre outras enfrentam nesse momento”, advertiu Silvestre.

Nesta terça-feira (29), os sindicalistas voltam a se reunir para fazer um balanço das atividades desempenhadas ao longo do ano e colocar em votação o documento com as resoluções do encontro.

Fonte: Portal CTB