Após 22 dias de luta e mobilização vitoriosas, os servidores estaduais da Saúde decidiram em assembleia, na sexta-feira (7/8), encerrar a greve da categoria iniciada no dia 17 de julho. Os trabalhadores retornaram às suas atividades a partir de sábado (8), mas continuam mobilizados em estado de greve até que o governo oficialize as promessas firmadas em exaustivo debate entre o Sindicato dos Trabalhadores em Saúde (Sindsaúde-Ba), representantes do comando de greve e o secretário da Administração do Estado, Edelvino Góes, na quinta-feira (6), que garantiu importantes avanços para os servidores.
A categoria também aguarda que o governo formalize uma petição conjunta com o Sindsaúde-Ba solicitando a suspensão da multa estabelecida pela ação que decretou a ilegalidade da greve pelo Tribunal de Justiça da Bahia. Os trabalhadores voltarão a se reunir em assembleia na próxima quarta-feira (12), às 14h, em local a ser definido, para avaliar o cumprimento do acordo.
“Saímos fortalecidos desse movimento, que representou a força e a unidade do trabalhador. Estamos saindo vitoriosos e fortes, pois os servidores da Saúde não mais se renderão a nenhum tipo de pressão. Fomos para as ruas mostrar que não é com pressão que suspendemos a greve, mas estamos em estado de greve, a espera de documento escrito do governo”, afirmou o presidente do Sindsaúde-Ba Silvio Roberto dos Anjos e Silva.
Entre as importantes conquistas das negociações, ficou garantido o ressarcimento de todos os trabalhadores que tiveram os seus salários cortados durante o movimento. Sobre o corte da insalubridade, o governo se comprometeu em fazer, no prazo de uma semana, um estudo sobre a revisão do processo de concessão do adicional de insalubridade dos 1.518 servidores que tiveram o direito retirado.
Nos casos dos servidores que não possuem direito ao benefício, o sindicato reivindica que a insalubridade seja convertida em gratificação de vantagem pessoal. O governo também se comprometeu a não realizar os cerca de 5 mil cortes da insalubridade que estavam previstos.
Foi acordado também a elaboração de uma agenda de trabalho para discussão dos ajustes do Plano de Cargos, Carreiras e Vencimentos dos servidores do grupo saúde e dos técnicos-administrativos. Os servidores conseguiram também o compromisso do governo em dar celeridade aos processos de progressão e promoção e da revisão da GID para uma futura incorporação.
A diretora do Sindsaúde e vereadora de Salvador, Aladilce Souza, destacou o fortalecimento do movimento dos servidores da saúde para a continuidade da luta em defesa do SUS e para a participação dos debates e deliberações nas conferências estadual e nacional de saúde, que serão realizadas este ano.
“Este foi um movimento intenso, que fez todos questionarem o tipo de política de saúde que vem sendo feita na Bahia. Conseguimos mais que o atendimento da nossa pauta de reivindicação. Conseguimos o fortalecimento político do sindicato. E foi essa coragem e combatividade que fez com que suspendêssemos a greve com a firmeza de continuar o movimento em defesa do direito à saúde e pela valorização dos trabalhadores. Saímos muito mais estimulados para participar das conferências estadual e nacional de Saúde”, disse
A diretora da entidade Inalba Fontenelle destacou que todos os pontos da pauta foram discutidos, e o movimento continuará firme na luta para conquistar avanços nos itens que não foram contemplados, como o pagamento da URV e a realização de concurso público.
Fonte: Sindsaúde Bahia.
