Servidores da Saúde aprovam continuidade da greve

Geral CTB Geral 27/07/2015

Em grande assembleia realizada na manhã desta sexta-feira (24/7), os servidores estaduais da Saúde aprovaram, por unanimidade, a continuidade da greve da categoria, que completou uma semana. Centenas de trabalhadores da capital e do interior reafirmaram a força do movimento na luta contra o desmonte do Sistema Único da Saúde (SUS) na Bahia.

Durante os pronunciamentos ficou evidente que a insatisfação dos servidores só aumenta com a tentativa de descaracterização do movimento, tanto pela redução da discussão a um único item da pauta de reivindicações, quanto pela alegação de que a motivação foi política. Por sugestão da diretoria do Sindsaúde-Ba, foi aprovada moção de repúdio às declarações à imprensa do secretário da Saúde, Fábio Vilas-Boas, “como forma de mascarar sua incapacidade em responder às reivindicações dos trabalhadores”.

O presidente do Sindsaúde-BA, Silvio Roberto dos Anjos e Silva, parabenizou a união dos servidores, que vem se fortalecendo a cada dia, resistindo às pressões praticadas por gestores e coordenadores das unidades de saúde, como as ameaças do corte do ponto para aqueles que aderiram à greve.

“O movimento vem me deixando cada dia mais fortalecido para dizer ao governador e seu secretariado que estamos respaldados pelos trabalhadores da Saúde do estado e que não vamos arredar o pé enquanto nossas reivindicações não forem atendidas”, afirmou.

Ele deixou claro que a categoria não abrirá mão de que a consolidação da progressão nos contracheques seja efetivada no mês de agosto e da promoção em outubro; da incorporação da GID aos salários; da carreira para os técnico-administrativos; e da discussão sobre o modelo de assistência na Bahia, “para que o sistema de saúde pública não seja transformado em um grande hospital, como quer o secretário”.

Além disso, ficou claro que a categoria defende o direito da população a ações de vigilância e prevenção, para controle das endemias, política que foi desestruturada com a extinção das Dires.

A diretora Inalba Fontenelle fez um balanço do resultado da reunião entre a entidade, comando de greve e representantes do governo, que não contemplou nenhum ponto da pauta de reivindicação dos trabalhadores. “Não vamos aceitar nenhuma retirada de direitos”, frisou.

Diretora do Sindsaúde e vereadora de Salvador, Aladilce Souza classificou a greve como “um movimento cívico” que teve como estopim o corte do adicional de insalubridade, que já atingiu cerca de 1.500 servidores lotados nas extintas Dires. Segundo ela, a medida foi adotada sem consistência jurídica, com base apenas em uma minuta da Auditoria Geral do Estado, “órgão ligado ao Estado e, portanto, sem nenhuma isenção”.

A greve, ressaltou Aladilce, “foi motivada por uma série de problemas e equívocos que foram se acumulando, desde o governo Wagner até o governo Rui”.

Fonte: Sindsaúde Bahia.