A assembleia dos médicos da Sesab, na última quarta-feira (22/7), manteve o indicativo de greve aprovado na semana passada. O foco permanece na negociação com o governo, especialmente na reivindicação de concurso público específico, na medida em que o número de médicos hoje é insuficiente para a demanda da população. Além disso, boa parte dos profissionais são contratados através de vínculos precários, que não fixam os médicos nos postos de trabalho, nem dão segurança aos usuários.
Permanece na pauta da campanha, ainda, a convocação imediata dos remanescentes aprovados do último concurso público para que ocupem os postos de trabalho que estão vagos. Essa medida beneficiaria muito o atendimento, reduzindo a sobrecarga que se abate hoje sobre os médicos. É também uma estratégia de combate às terceirizações e precarização dos contratos de trabalho.
A assembleia voltou a discutir a retirada do adicional de insalubridade que está sendo feita pela Sesab de forma gradual e arbitrária. A posição da categoria é pela manutenção do adicional de acordo com as regras estabelecidas no Estatuto do Servidor. Os médicos reclamam também o pagamento imediato do passivo da URV, reajuste salarial e melhores condições de trabalho para qualificar o atendimento à população.
Outro ponto discutido foi a recusa à proposta que o governo tem apresentado com insistência para estabelecer o critério da produtividade na remuneração dos médicos. A categoria entende que os cuidados com a saúde não comportam medição de resultados com base em volume ou produção, como se fosse uma linha de montagem. Definir produtividade entre procedimentos tão diversos é algo que não tem sustentação prática nem científica, muito menos ética. É totalmente inaceitável.
Emergência fechada
Foi aprovada uma moção de repúdio ao fechamento da emergência do Hospital Roberto Santos. Segundo denúncia apresentada durante a assembleia, a emergência está recebendo apenas demanda regulada e de forma mínima. Com isso, vários óbitos vêm sendo registrados na UPA do anexo. Para tratar do problema, o Sindimed encaminhará um ofício à Sesab solicitando reunião imediata.
Os médicos aprovaram também uma moção de apoio à greve do Sindisaúde. A mobilização segue firme no enfrentamento em busca de melhores condições de trabalho.
O Sindimed dará continuidade à campanha de mídia com chamadas em rádio, faixas, cartazes, panfletagem, email e redes sociais, para manter os médicos unidos, informados e também para denunciar à sociedade a precarização da saúde na Bahia.
Fonte: Sindimed Bahia.
