Em uma clara demonstração de truculência, a direção da Companhia de Desenvolvimento Urbano do Estado da Bahia (Conder) mandou arrancar os portões da empresa na madrugada desta quarta-feira (22/7), segundo dia de greve, como forma de impedir que os trabalhadores fizessem piquete na porta da sede da empresa, em Narandiba, em Salvador. O tiro saiu pela culatra, pois os trabalhadores se recusaram a entrar para o serviço, mesmo com os portões escancarados.
Os trabalhadores e dirigentes sindicais também não se intimidaram com a presença de nove viaturas da polícia, com homens fortemente armados, que ficaram paradas em frente à empresa durante boa parte da manhã. “Quando chegamos aqui pela manhã, encontramos o portão no chão e muitos policiais armados para impedir a greve. Mas, não ligamos para eles. Pegamos as nossas faixas e cadeiras, sentamos na frente da porta e ninguém entrou do mesmo jeito. A polícia ficou só olhando. Como eles perceberam que não nos intimidaram, resolveram ir embora. Agora ficou só uma viatura”, informou o presidente do Sintracom Bahia, José Ribeiro.
Funcionária da Conder, a presidente da Flemacom, Lúcia Maia, também participa da greve e das negociações com a direção da empresa. “A nossa data base é maio, mas já estamos no fim de julho sem avanços na negociação. Os trabalhadores querem negociar, mas as duas propostas de reajuste oferecidas até o momento são insuficientes. Uma não cobria nem a inflação e ainda desrespeitava a nossa data base. A segunda só repõe a inflação, mas ainda assim seria dividida em duas vezes, o que aumenta o prejuízo. Além disso, eles não aceitam reajustar nenhum outro benefício e ainda querem retirar a nossa assistência médica, uma conquista histórica dos funcionários da Conder. Assim não tem acordo e vamos continuar parados”, ressaltou.
Os trabalhadores apresentaram uma nova proposta de acordo na manhã desta quarta-feira e esperam que a empresa convoque uma rodada de negociação nas próximas horas. Só assim, haverá uma saída para a greve, iniciada na terça-feira (21).
