Sindsaúde debate saúde e políticas públicas para mulheres

Geral CTB Geral 31/03/2015

Em comemoração ao mês da mulher, o Sindsaúde Bahia promoveu no último dia 27 de março, o seminário “Direitos e lutas: mulheres no trabalho da saúde pública”, realizado no Hotel Sol Barra com a participação de servidoras de diversas unidades de saúde e convidados.

“O objetivo do evento é fazer um panorama da situação das mulheres trabalhadoras da Saúde, que são maioria no serviço público, e discutir políticas públicas para a categoria”, afirmou o presidente do Sindsaúde, Silvio Roberto dos Anjos.

Na abertura do evento, a coordenadora de atenção à saúde do trabalhador na secretaria da Saúde do Estado (Sesab), Ely Mascarenhas, fez um panorama sobre a Política Nacional de Saúde do Trabalhador e da Trabalhadora, instituída em 2012, que define as diretrizes e estratégias de ações de saúde do trabalhador a serem observadas nas três esferas de governo.

“Infelizmente a Bahia ainda não tem uma política de saúde do trabalhador. É uma conquista que depende dos esforços de todos e também da união dos trabalhadores”, disse a coordenadora, ressaltando a importância de investimentos em ações de prevenção de acidentes.

A implantação do Programa de Atenção Integral à Saúde da Trabalhadora e do Trabalhador da Sesab (PAIST) foi o tema apresentado pela coordenadora do programa, Ana Flávia Barros Cruz. Segundo dados da Sesab, de 2007 a 2009, 3.973 servidores se afastaram por licença médica. Destes 87,1% são mulheres.  Os dados evidenciam a necessidade de uma política específica para estes profissionais, que são em sua maioria do sexo feminino. Segundo a palestrante, o programa já está sendo implantado em 21 unidades da capital e interior. Ana Flávia também conclamou as trabalhadoras a se unirem para a criação das comissões de saúde das unidades. “Esta é uma causa que todas as trabalhadoras devem abraçar para que este programa funcione de fato”, destacou.

O tema Assédio Moral foi apresentado pela assessora jurídica da Secretaria de Política das Mulheres, Ana Carolina Alencar. Ela destacou que tanto o assédio moral como o sexual, infelizmente ainda é uma prática comum no ambiente de trabalho, que ocorre tanto na iniciativa privada, como nas instituições públicas.

Ela destacou que a SPM trabalha em ações integradas com a Sesab e demais órgãos e que é necessário o recorte de gênero nas políticas públicas de estado. “O que queremos é quando se falar em saúde, tenha um recorte em saúde da mulher. Quando se falar em segurança também se tenha um recorte específico de mulher”, disse.

A palestrante destacou também que é muito difícil comprovar casos de assédio moral, pois a maioria das vítimas tem vergonha de falar sobre o problema com os amigos e familiares, além de medo de perder o emprego ou sofrer retaliação. Uma das orientações da assessora jurídica é que busquem o apoio do sindicato quando não souber como proceder em caso de abusos.

A diretora do Sindsaúde e vereadora, Aladilce Souza, finalizou o seminário chamando atenção para a necessidade da criação de políticas públicas para os trabalhadores que levem em conta as especificidades das mulheres. No caso da saúde, onde o sexo feminino é maioria, é preciso levar em conta as diversas situações a que estão submetidas estas trabalhadoras, como os riscos químicos, biológicos e, sobretudo com a jornada exaustiva de trabalho, que a maioria das mulheres enfrentam.

Também participaram da mesa de debates a diretora de assunto da mulher, Natalícia Santos da Silva e a secretária geral, Inalba Fontenelle. O Sindsaúde encerrou o seminário com um a entrega de certificados e distribuição de brindes para as trabalhadoras presentes no evento.

 

Fonte: Sindsaúde Bahia