A mobilização contra a abertura de capital da Caixa continua forte. Há 154 anos, a União é a única controladora da instituição financeira, que tem importante papel no desenvolvimento do Brasil. Portanto, entregar à iniciativa privada é um grande erro.
Tem mais, os bancos públicos impõem uma concorrência fundamental ao setor bancário, justamente porque não são movidos à base do lucro exacerbado. Inclusive, esse foi dos pontos debatidos nesta quarta-feira (18/03), durante audiência pública, realizada na Assembleia Legislativa.
“A luta pela Caixa não é meramente corporativa. Trata-se de uma luta que discute os rumos do país. Um banco público tem mais capacidade para atuar nos momentos de crise”, analisou o presidente do Sindicato da Bahia, Augusto Vasconcelos.
Os números comprovam o protagonismo da Caixa. Em 2014, o banco pagou R$ 161,7 milhões só de benefício referente ao Bolsa Família e R$ 35,9 bilhões do Minha Casa, Minha Vida, programa que já realizou o sonho da casa própria para 8,3 milhões de pessoas.
Para o presidente da Federação da Bahia e Sergipe, Emanoel Souza, não dá para colocar em xeque os programas sociais para satisfazer o bolso dos rentistas. “O argumento para abrir o capital da Caixa é cumprir com o superávit primário, que é o bolsa banqueiro. Temos de lutar contra isso”.
A deputada estadual Maria del Carmem, responsável pela iniciativa, chamou atenção para o perigo da proposta. "Se sair do papel, o caráter exclusivamente público da instituição acaba e com ele as políticas de interesse social, porque para o capital o importante é o lucro". O vereador e bancário Everaldo Augusto também marcou presença.
Fonte: Sindicato dos Bancários da Bahia.