Lideranças sindicais de diversas regiões do estado se reuniram nesta sexta-feira (13/3), em Salvador, para debater as formas de atuação diante da conjuntura política e econômica do país. O seminário, promovido pela CTB Bahia, contou com exposições da economista do Dieese, Nádia Souza, e do jornalista Altamiro Borges, presidente do Centro de Mídias Alternativas Barão de Itararé.
O primeiro em discussão foram as medidas provisórias 664 e 665. Através dos números referentes ao mercado de trabalho, Nádia Souza mostrou os impactos destas MPs para o conjunto dos trabalhadores, ressaltando o prejuízo ainda maior para categorias como os trabalhadores da construção civil, da agricultura, do comércio e de serviços, setores com alto grau de rotatividade é maior. A restrição do acesso ao desemprego, por exemplo, atingiria de forma significativa os jovens, as maiores vítimas deste problema.
Altamiro Borges conduziu a segunda parte do encontro, falando do cenário político e social do país, com o acirramento da disputa política e do conservadorismo. “Nada será como antes. Estamos vivendo uma nova fase da luta de classes no Brasil. A liderança sindical ou política, que achar que pode tocar a vida, fazendo apenas o feijão com arroz de sempre vai se dar mal. A luta de classes está escancarada e a direita está com muito ódio dos avanços conquistados nos últimos anos, mesmos sem grandes reformas estruturantes”, disse.
O jornalista conclamou os participantes do seminário a intensificar a atuação política para tentar barrar as ameaças de retrocesso, que virão do Congresso Nacional e da campanha da mídia. “A questão central para o movimento social é fazer o debate político. É o momento da política e da politização. Neste contexto, a comunicação terá um papel fundamental”, acrescentou Borges, orientando os sindicatos a investir pesado no uso das ferramentas de comunicação.
Mulher de Classe
O Seminário foi palco ainda do lançamento da revista Mulher D’ Classe, publicação da Secretaria Nacional da Mulher da CTB, que tem o objetivo de ser instrumento de formação e de luta pela igualdade de direitos entre homens e mulheres.
A luta contra a abertura do capital da Caixa Econômica Federal também foi discutido no encontro. O presidente da Federação dos Bancários da Bahia e Sergipe, Emanoel Souza, falou sobre a importância do banco para os projetos sociais e a necessidade mantê-lo como uma empresa 100% publica.
O seminário foi encerrado pelo presidente da CTB Bahia, Aurino Pedreira, que ressaltou a necessidade das entidades sindicais ampliar sua atuação junto às bases para oferecer um contraponto às informações divulgadas pela grande mídia. “A CTB vai ter que cumprir o papel de construir a unidade dos trabalhadores. Precisamos ampliar o debate político, criando o maior número de atividades possíveis para fazer o debate político com os trabalhadores”, concluiu.