Mulheres conseguem avanços no mercado de trabalho

Geral CTB Geral 07/03/2016

A taxa de desemprego entre as mulheres teve pequena elevação em 2015, mas, ainda assim, chegou ao segundo menor patamar da série histórica da Pesquisa de Emprego e Desemprego na Região Metropolitana de Salvador (PED-RMS). O rendimento médio real no trabalho principal permaneceu relativamente estável para as mulheres, ao contrário do que ocorreu com os homens, cujo rendimento declinou. Esses movimentos promoveram pequena redução na histórica diferença entre os rendimentos de homens e mulheres, inclusive, chegando a menor desigualdade entre esses rendimentos observada na pesquisa.

Os dados são do Boletim Especial Mulheres, que utiliza a base de dados da PED-RMS, executada pela SEI, em parceria com o Dieese, a Setre-BA e a Fundação Seade do Estado de São Paulo.

Em 2015, a ocupação reduziu 2,9% em razão do fechamento de 45 mil posições de trabalho. Como a População Economicamente Ativa diminuiu em 25 mil pessoas, o contingente de desempregados cresceu apenas em 20 mil, elevando com isso a taxa de desemprego total de 17,4% para 18,7%. Conforme informações da PED-RMS, a redução da ocupação penalizou mais aos homens (perderam 26 mil postos) que às mulheres (-19 mil), embora o número de mulheres na força de trabalho tenha diminuído mais intensamente (-19 mil) que o de homens (-6 mil).

Influenciado pela redução da PEA em volume semelhante ao decréscimo da ocupação, o contingente de mulheres desempregadas ficou relativamente estabilizado (declinou 0,6% ou 1 mil pessoas). Já, entre os homens, a redução do contingente ocupado foi mais elevada que o decréscimo deles no mercado de trabalho. Isso levou ao aumento do contingente desempregado em 21 mil pessoas, elevando as proporções de homens não negros, chefes de família e daqueles com 25 anos e mais de idade entre os desempregados. Esses movimentos representaram pequenas mudanças na distribuição de homens e de mulheres no mercado de trabalho, melhorando relativamente a inserção feminina. A sobre representação das mulheres entre os desempregados, sempre significativa, decresceu entre 2014 e 2015, passando de 55,6% para 52,3%. Houve um tímido aumento na proporção de mulheres na população ocupada – de 46,4% para 46,6%; e uma também pequena redução na sua participação no mercado de trabalho, que passou de 48,0% para 47,6%.

Ocupação diminui

Em 2015 houve redução de 19 mil postos de trabalho para as mulheres, com impacto sobre aquelas mais jovens, em faixas etárias de até 40 anos de idade, e para as menos escolarizadas, com nível de instrução menor ou igual ao fundamental completo. Em termos setoriais, esse resultado derivou de reduções no número de postos de trabalho no setor de Comércio, Reparação de Veículos Automotores e Motocicletas de 9,4% para as mulheres e estabilidade para os homens; no setor de Serviços registrou-se pequena variação negativa de 0,6% para o contingente feminino, para os homens o crescimento foi mais significativo, 2,7%. Na Indústria de Transformação houve ampliação da ocupação feminina, e na Construção a amostra não comportou a desagregação.

O comportamento da ocupação feminina modificou levemente a sua estrutura ocupacional setorial entre os anos de 2014 e 2015. Verificou-se aumento da importância dos setores de Serviços e Indústria de Transformação e uma perda importante de expressão no Comércio, Reparação de Veículos Automotores e Motocicletas.

 

Fonte: Ascom da SEI.