Desemprego atinge maior patamar desde maio e chega a 13,1%, diz IBGE

Desemprego atinge maior patamar desde maio e chega a 13,1%, diz IBGE
DESEMPREGO TEM ALTA NA PANDEMIA. FOTO: VALDECIR GALOR/SMCS

Geral 22/07/2020 Escrito por: Romice Mota

A taxa de desemprego subiu para 13,1% no Brasil na semana encerrada em 27 de junho, segundo divulgou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), nesta sexta-feira 17. É o pior patamar desde quando a instituição passou a medir semanalmente os impactos da pandemia do novo coronavírus, em maio deste ano.

O percentual equivale a 12,4 milhões de desempregados, de acordo com a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio (PNAD), com números dedicados à covid-19. O número resulta da queda de 84 milhões para 82,5 milhões de pessoas ocupadas, representando decréscimo de 1,5 milhão de empregados em relação à semana anterior.

Esse número de ocupados representa menos da metade da força de trabalho do país. O IBGE estima que, no período estudado, 170,1 milhões de pessoas estavam em idade para trabalhar. Ou seja, apenas 48,5% da força de trabalho no Brasil estava empregada na 4ª semana de junho.

Na semana finalizada em 9 de maio, o IBGE relatava taxa de desemprego de 10,5%, cerca de 2,6 milhões de pessoas a menos que o índice atual.

Segundo o IBGE, também caiu o número de brasileiros que têm emprego, mas estavam afastados por causa do isolamento social. A pesquisa apontou uma queda de 11,1 milhões para 10,3 milhões de pessoas em uma semana. No início de maio, eram 16,6 milhões de brasileiros afastados do trabalho.

Para a coordenadora da pesquisa, Maria Lúcia Vieira, esse movimento nos números pode representar que os brasileiros estão retomando as atividades, ou que foram demitidos.

“Isso é resultado de pessoas que podem estar retornando ao trabalho, mas também devido a um possível desligamento dessas pessoas do trabalho que elas tinham”, observou a pesquisadora, em nota.

O trabalho informal também diminuiu. Na 4ª semana de junho, a taxa de trabalhadores informais ficou em 34,5%, atingindo 28,5 milhões de pessoas. No início de maio, eram 29,9 milhões nessas condições.

Entre eles, estão os empregados do setor privado sem carteira assinada, trabalhadores domésticos sem carteira, empregadores que não contribuem para o Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), trabalhadores por conta própria que não contribuem para o INSS, e trabalhadores não remunerados em ajuda a morador do domicílio ou parente.

Também houve redução no número de pessoas que estavam fora da força de trabalho, mas gostariam de trabalhar e não procuraram emprego, seja por causa da pandemia ou por falta de oportunidades na localidade em que residem. São 17,8 milhões de brasileiros nesta situação.

“A pandemia vem, cada vez mais, deixando de ser o principal motivo que as pessoas alegam para não ter procurado trabalho”, afirmou ela.

Na quinta-feira 16, o IBGE informou que a pandemia motivou o fechamento de 522 mil empresas em junho.

 

Via:Carta Capital