Os números do levantamento realizado pela Boa Vista SCPC, empresa de informações de crédito, mostrando aumento de 71,3% de falências e de 44,6% das empresas em recuperação no mês de junho indicam a dimensão da crise econômica no país. São dados que refletem as dificuldades para as empresas se manterem em atividades diante da catastrófica orientação econômica do governo Bolsonaro. E mais: a tendência é de piora, um movimento que está apenas no começo.
Na comparação de junho de 2020 frente ao mesmo mês em 2019, as pequenas empresas lideram: pedidos de falência (93,4%), falências decretadas (95,8%), pedidos de recuperação judicial (94,2%) e recuperações judiciais deferidas (94,3%). Na divisão por segmento, o setor de serviços foi o mais afetado, respondendo pelo maior percentual dos pedidos de falência (40,5%), seguido pelo setor de comércio (29,8%) e indústria (29,6%).
A pandemia agravou significativamente uma situação que já vinha se manifestando. A crise decorre do modelo aplicado pelo governo Bolsonaro, por intermédio do seu ministro da Economia, Paulo Guedes, e representa a opção pelo rentismo, em detrimento da economia produtiva. Ao atingir com mais intensidade as pequenas empresas, a crise revela o seu potencial destrutivo.
As quebras em uma escala tão imensa podem devastar a economia do país. Se essas empresas fossem agrupadas, estariam entre os maiores empregadores. Com seu fechamento em massa, toda a economia sofre. Há menos fluxo de caixa, maior endividamento e mais desemprego, um grande empecilho à recuperação pós-pandemia. Como importante fonte de empregos, seu fechamento agrava a crise social em grande escala.
Elas operam com margens reduzidas e são especialmente vulneráveis aos efeitos de uma paralisação generalizada. Naturalmente precisam de incentivos por parte do Estado, mas numa situação de agravamento drástico da crise com a Covid-19, mais ainda. Mas o governo Bolsonaro, de costas para os interesses do povo e de braços abertos para o rentismo, faz exatamente o contrário.
Via:Portal Vermelho