Como parte da campanha Julho das Pretas, a CTB Bahia realizou nesta quarta-feira (24), um debate sobre os impactos da Reforma da Previdência na vida das mulheres negras. O evento foi realizado no auditório da ASSUFBA Sindicato e teve como palestrantes Ana Georgina supervisora Técnica do Escritório Regional do Dieese e Ângela Guimarães, presidente nacional da UNEGRO.
“De acordo com pesquisas, a expectativa de vida das mulheres negras é de 69,5 anos, então a maior parte das mulheres negras terá pouco tempo de vida para desfrutar do benefício previdenciário, os impactos da reforma para as mulheres concluem que diante dessa realidade, agravada pela desigualdade racial, muitas mulheres não vão atingir sequer a idade proposta para a aposentadoria”, destacou Ângela Guimarães, presidente nacional da UNEGRO.
“Esta é uma reforma que prejudica todos os trabalhadores em geral, mas as mulheres e principalmente as negras são as mais afetadas. Entre as diversas mudanças propostas pela reforma e que afetam a população feminina, está a elevação da idade mínima. Para as trabalhadoras urbanas, a idade deve subir de 60 para 62 anos, enquanto para as trabalhadoras rurais, o aumento proposto é ainda maior, de 55 para 60 anos”, ressalta Ana Georgina supervisora Técnica do Escritório Regional do Dieese.
A secretária da Mulher Trabalhadora da CTB Bahia Marilene Betros falou da importância da realização do debate. “Esse debate foi uma atividade que faz parte do julho das Pretas. É importante destacar que a proposta da reforma da previdência em discussão na Câmara Federal afetará todos os/os brasileiros/os, de forma ainda mais severa as mulheres negras, pois estas são as que mais sofrem com a falta de proteção trabalhista, com a desigualdade salarial e o desemprego. São a maioria do mercado informal, começam a trabalhar bem cedo e sem carteira assinada. Nós vamos continuar na luta contra a reforma da previdência”.
Marcivaldo Santos Ascom CTB Bahia