Durante a reunião da CTB Bahia, nesta sexta-feira (19), um momento foi dedicado para o debate sobre a trajetória e os desafios do movimento sindical, com o assessor da Sepromi (Secretaria de Promoção da Igualdade Racial), Everaldo Augusto. O ex-sindicalista bancário e professor trabalhou três eixos: As novas tecnologias e os impacto na classe trabalhadora; as políticas neoliberais e o governo Lula.
Segundo Everaldo as revoluções tecnológicas sempre garantiram maior produtividade e lucros para as empresas e novas formas de trabalho. "Essa atual inovação 4.0 intensificou a fragmentação da classe trabalhadora, dificultando sua organização e a ação dos sindicatos. É preciso estudar e encontrar novas formas de organizar as categorias para enfrentar os efeitos negativos das novas tecnologias", afirmou, apontando que é preciso defender o progresso da ciência para toda a sociedade e não para poucos.
As dificuldades para o sindicalismo, de acordo com o ex-sindicalista, cresceram com as políticas neolberais implantadas com força nos governos de Fernando Henrique Cardoso. "A pretexto de modernizar o Estado, vimos uma grande onda de privatizações e desestruturação do próprio Estado. O obejtivo foi desregulamentar as leis trabalhistas e de proteção social. O neoliberalismo ficou estabelecido nas leis e na estrutura do Estado. Disseminou-se a ideia da meritocracia e do empreendedorismo, reforçando a cultura individualista, que é algo contra tudo que é coletivo", frisou.
SAÍDA NA POLÍTICA
Para Everaldo Augusto, a saída continua sendo na política e na ação firme dos sindicatos. "Em ano eleitoral, é importante que as centrais formulem uma plataforma da classe trabalhadora com 6 pontos claros para apresentar ao povo e aos candidatos. Os sindicatos precisam ser mais rebeldes e mais reativos ainda. É preciso ter sindicalistas nos espaços de organização do povo. As entidades precisam ajudar as lutas sociais e sindicalistas disputar eleição de associação de moradores e de conselhos tripartites, por exemplo", pontuou, destacando a importância da reeleição do presidente Lula com a eleições de parlamentares mais a esquerda para o que, em um novo mandato (com maioria no Congresso), as pautas das centrais sejam atendidas.
Debateram o tema reafirmando a importância das reflexões levantadas os dirigentes Ailton Araújo (Sindicato dos Bancários e secretário-geral da CTB Bahia), Edvã Galvão (vice-presidente do SintraSuper); Firmino Júlio (SINTEST-BA e da Direção Plena da CTB Bahia), Hermelino Neto (Federação dos Bancários e vice-presidente da CTB Bahia); Jhay Lopes (APLB e secretária da Diversidade da CTB Bahia) e Jerônimo Silva Júnior (Sindicato dos Bancários e secretário nacional de Promoção da Igualdade da CTB).
