Logo após a abertura política do 6º Congresso da CTB Bahia, os delegados e delegadas debateram as transformações no mundo do trabalho com a economista e supervisora técnica do Dieese, Ana Georgina Dias. Ela iniciou apresentando alguns números do 1º trimestre de 2025, mostrando que a taxa de desocupação no Brasil foi de 7,0%, sendo maior entre as mulheres (8,7%) em relação aos homens (5,7%); maior para população negros (as), com cerca de 8,4% enquanto que para os trabalhadores não negros a taxa foi de 5,6%.
Ela mostrou que a reestruturação no mundo do trabalho tem inovações tecnológicas, automação e informatização da produção, permitindo maior eficiência na produção, mas gerando exploração desmedida do trabalho (uma mesma pessoa é capaz de realizar a função de dezenas de trabalhadores).
A economista revelou que a “uberização” torna atividades novas com roupagens para trabalhos preexistentes, expondo o profissional a um ambiente mais dinâmico, estimulante, porém, mais precário do que o tradicional. As alterações estão mais rápida nas estruturas de profissões e ocupações. Há um maior controle da empresa sobre o processo de trabalho e grande fragmentação dos trabalhadores, gerando dificuldades para constituição de mecanismos de solidariedade de classe e de construção de identidades profissionais.
Como caminhos, Ana Georgina destacou a necessidade de políticas e ações de proteção e promoção do emprego decente; construir saídas justas para trabalhadores e comunidades ameaçadas pela perda de empregos e renda; incentivar, com políticas públicas, o uso de tecnologias que incluam pessoas com deficiência; criar a renda mínima universal para trabalhadores desligados em decorrência de mudanças tecnológicas, até que eles encontrem nova colocação; incorporar a temática da saúde e segurança no trabalho nas discussões sobre os efeitos da CT&I no mundo do trabalho. MAIS FOTOS NO INSTAGRAM: @ctb.bahia