Seguramente, o fim de ano é o mais importante rito de passagem que a sociedade cultua e que, certamente, nos acompanhará por toda vida. Essas celebrações marcam mudanças importantes na vida de pessoas e de coletivos sociais. Com o movimento sindical não é diferente. É hora de fazer balanço do que se fez, avaliar o que se conquistou e o que precisa aprimorar para vencer os desafios atuais. Sem esquecer de agradecer a quem nos ajudou a fazer as lutas neste ano: Raimundo Brito (SINTRACOM), Joseilton Borges "Bicudo" (Aeroviários), Arismário Sena (APLB) e Márcia Fernandes (APLB).
Para a presidenta da CTB Bahia, Rosa de Souza, 2024 foi um ano positivo, projetando 2025 com novas vitórias. "A CTB, os sindicatos classistas e dirigentes atuaram em várias frentes, participando ativamente dos debates sobre saúde, educação, jornada de trabalho, entre outros temas. O balanço que fazemos mostra ações em todos os setores: campo, cidade, indústria, comércio e serviços, públicos e privados. Nossas entidades superaram dificuldades para fazer a defesa firme dos interesses de suas categorias e participar das lutas gerais do povo brasileiro. Vários dirigentes levaram as ideias classistas aos conselhos públicos municipais, estaduais e federais. Tivemos vários sindicalistas disputando as eleições municipais. Só temos a agradecer e desejar um Natal de Paz e um Ano Novo próspero, com a mesma linha firme em 2025. Vai ter luta pra valer, na Bahia e no Brasil", afirma.
NOVO ANO, NOVOS DESAFIOS
Segundo a dirigente, por não ser um ano eleitoral, 2025 terá lutas envolvendo os interesses da classe trabalhadora e da sociedade. "A CTB Nacional orienta que nossos sindicatos devem fortalecer a luta pelo fim da Escala 6x1, contra a anistia para os golpistas e alterações no BPC e PIS/PASEP. Além de fazer o enfrentamento contra as pautas conservadoras que a extrema-direita quer impor, com mudanças nas leis do aborto e do desarmamento, por exemplo. O movimento sindical vai ajudar a reverter esses absurdos. Será um ano de grandes mobilizações, preparando a batalha eleitoral de 2026", enfatiza.
Rosa de Souza destaca que o sindicalismo deve atuar nesse movimento contraditório que envolve o governo Lula. "É importante divulgar os êxitos das políticas implantadas em dois anos, garantindo melhorias na massa salarial com a valorização do salário mínimo; a redução do desemprego ao menor índice em 12 anos e geração de mais de 3 milhões de novos empregos; e a redução da pobreza extrema por conta disso e dos programas sociais que voltaram. Devemos puxar o governo para à esquerda, não deixando que as pressões do mercado financeiro e das elites causem retrocessos aos direitos trabalhistas e sociais", destaca.
A sindicalista ressalta que o Congresso conservador dificulta uma governabilidade tranquila, mas que é preciso acenar para a sociedade participar e reverter o quadro. "Lula foi eleito com muita dificuldade e tem o compromisso de reconstruir o País após o desastre que foi o governo Bolsonaro. É preciso construir maioria na sociedade. Tem que fortalecer a participação social, valorizar os movimentos sociais, sindicatos, entidades de mulheres, jovens, evangélicos progressistas, luta antirracista, luta ambiental, entre outros. Precisamos de um novo Brasil, com desenvolvimento, valorização do trabalho e inclusão social. Quem está no comando dá o tom, aponta caminhos, dita o ritmo e conclama o povo a ajudar. Um governo que surgiu das lutas populares precisa mobilizar e polarizar a população em torno das bandeiras que vão garantir os avanços que a sociedade tanto deseja e precisa", defende Rosa.