Em seminário do IAPAZ, CTB destaca fim da Escala 6x1 com bandeira prioritária

Em seminário do IAPAZ, CTB destaca fim da Escala 6x1 com bandeira prioritária
Jerônimo Silva Júnior fala pela CTB

Geral 17/12/2024 Escrito por:

Com o tema "Paz só com Justiça Social - Trabalho Decente e o fim da Escala 6x1", o IAPAZ (Instituto de Estudos e Ações pela Paz) realizou, nesta terça-feira (17), importante seminário com a participação de lideranças do movimento sindical. No Sindicato dos Bancários, contribuíram com o debate mediado pela psicóloga Juliete Barreto, o presidente do instituto, Álvaro Gomes; a professora da UFBA, Graça Druck; e o professor da Unicamp, José Dari Krein.

"O IAPAZ entende que o fim da Escala 6x1 está relacionado com a luta pelo trabalho decente. Nosso objetivo é aprofundar essa discussão que ganhou repercussão na sociedade. Queremos encontrar alternativas para garantir à classe trabalhadora condições dignas de trabalho. O governo Lula tem feito muito para isso, com muita fiscalização e combate ao trabalho análogo à escravidão e ao trabalho infantil, com apoio e atuação firme do Ministério do Trabalho e do Ministério Público do Trabalho. Nosso principal desafio é conquistar o trabalho decente e construir uma sociedade mais justa e mais humana", afirmou Álvaro Gomes.

Ao falar pela CTB Bahia, o secretário de Combate ao Racismo, Jerônimo Silva Júnior ressaltou que a escravidão gestou as bases do desenvolvimento econômico do Brasil por vários séculos. "São apenas 136 anos da abolição, que não assegurou inserção e formação da população negra para o mercado de trabalho. É importante reforçar que o movimento abolicionista lutou por uma vida e trabalho dignos para o nosso povo. Na atualidade, uma das principais bandeiras da Central e do movimento sindical é pelo fim da Escala 6x1. Queremos desenvolvimento econômico com valorização do trabalho", enfatizou.

REFLEXÕES ACADÊMICAS

Em sua palestra, Graça Druck destacou que a Escala 6x1 é parte da discussão sobre a jornada de trabalho. "O que vemos no mundo é o aprofundamento das políticas neoliberais, com os valores do 'mercado' financeiro influenciando as relações de trabalho e na sociedade. Nesses últimos 40 anos, vemos a neoliberalização do trabalho, que levou a sua precarização, produziu uma regressão social em pleno Século 21 e fragmentou a classe trabalhadora e suas representações, estabelecendo uma forte concorrência entre os próprios trabalhadores. É um grande desafio atual garantir o fim dessa escala de trabalho e implementar o trabalho decente com a ascensão da extrema-direita. Precisa mudar essa realidade onde o Brasil é um dos líderes no mundo em acidentes de trabalho e jornada extensa. É uma luta constante, com avanços e retrocessos", destacou.

Diretor do Centro de Estudos Sindicais e Economia do Trabalho (Cesit) e professor do Instituto de Economia (IE), José Dari Krein, lembrou que a Unicamp é uma das quatro instituições brasileiras parceiras da Organização Internacional do Trabalho (OIT) no projeto da Coalização Global pela Justiça Social. "O trabalho decente é um dos objetivos do desenvolvimento sustentável da ONU e uma das metas da OIT. Trata-se de um trabalho adequadamente remunerado, exercido em condições de liberdade, equidade e segurança e que seja capaz de garantir uma vida digna às pessoas. O conceito foi estruturado com base em quatro objetivos estratégicos: 1) respeito aos direitos no âmbito do trabalho, especialmente aqueles definidos como fundamentais (liberdade sindical, direito de negociação coletiva, eliminação de todas as formas de discriminação em matéria de emprego e ocupação e erradicação de todas as formas de trabalho forçado e de trabalho infantil); 2) a promoção do emprego produtivo e de qualidade; 3) ampliação da proteção social do trabalhador; e 4) fortalecimento do diálogo social. São desafios do movimento sindical, empresas, governos e de toda sociedade", enfatizou, falando por videoconferência.

BOM DEBATE

Vários sindicalistas falaram e expuseram as dificuldades enfrentadas por suas categorias e o desafio do sindicalismo em mobilizar a classe trabalhadora para os enfrentamentos atuais: José Antônio (Federação dos Bancários e OAB-BA); Edvã Galvão (SintraSuper), Nancy Andrade (Federação dos Bancários), Henrique Baltazar (Sindmoto); Graça Gomes (Sindicato dos Bancários), Grassa Felizola (Federação dos Bancários). Além de Geraldo Galindo (Sindicato dos Bancários de presidente do PCdoB Bahia), que destacou o compromisso do partido centenário com a luta pela redução da jornada de trabalho.