Ainda repercutindo, a prisão do general Walter Braga Netto, ex-ministro da Defesa e candidato a vice-presidente na chapa de Jair Bolsonaro (PL), foi destacada por lideranças do governo Lula no Congresso Nacional. Para os parlamentares, foi um marco na consolidação das instituições democráticas do Brasil. A decisão, determinada pelo ministro do STF, Alexandre de Moraes, foi vista como uma resposta firme às ameaças ao Estado de Direito.
Líder do governo na Câmara Federal, José Guimarães (PT-CE) ressaltou que o fato reflete a robustez das instituições democráticas. "A prisão de Braga Netto é uma demonstração da solidez das nossas instituições, diante das ameaças à democracia. A reconstrução do Brasil começou com a defesa do Estado democrático de direito", afirmou em suas redes sociais.
Para o líder do governo no Senado, senador Randolfe Rodrigues (PT-AP), é um simbolismo para o fortalecimento da democracia. "A decretação da prisão de quem quer que seja não é razão para celebração. Dito isto, o fato de que, pela primeira vez na história do Brasil, um general de quatro estrelas é preso por tentativa de golpe de Estado é, por si só, um sinal de que avançamos como democracia constitucional", disse.
Durante todo o sábado, Bolsonaro não havia se pronunciado. Apontado pela PF como o chefe da organização criminosa que arquitetou o golpe frustrado contra Lula, ele ignorou a prisão do aliado. Vários apoiadores dele cobraram um posicionamento. Ele fez duas postagens de autoelogios ao seu governo desastroso. Mas, com a pressão, só após às 20h, ele falou três linhas sobre a prisão, no X.
NOVAS PRISÕES
Com a prisão de Braga Netto, a expectativa é de delações premiadas e novas detenções, especialmente em relação a Jair Bolsonaro. É o modo download ativado. Segundo o analista político do UOL, Rafael Neves, pela lei, ele só seria detido com evidências de que está interferindo nas investigações, ou se for condenado pela tentativa de golpe de Estado ou outros crimes.
Bolsonaro e mais 39 aliados foram indiciados pela PF por tentativa de golpe, porém ainda não respondem pelo crime na Justiça. Isso só acontecerá se a Procuradoria-geral da República fizer denúncia contra o grupo ao STF, ainda sem data marcada. Caso se torne réu no Supremo, Bolsonaro será detido se for condenado.
Ainda de acordo com Neves, a lei só permite a prisão antecipada por crimes em flagrante ou sob prisão preventiva, como foi com Braga Netto. A PGR e o ministro Alexandre de Moraes, do STF, concordaram que ele tentou obstruir a Justiça ao buscar detalhes da delação do tenente-coronel Mauro Cid, ex-auxiliar de Bolsonaro. A Justiça considerou que a liberdade dele era um risco às investigações.
com informações da Revista Fórum e UOL