Marcha do Silêncio grita alto e bom som: "Ditadura, nunca mais. Democracia, sempre"

Marcha do Silêncio grita alto e bom som: "Ditadura, nunca mais. Democracia, sempre"

Geral 01/04/2024 Escrito por:

Para lembrar o horror dos 60 anos do golpe militar de 1964, várias atividades aconteceram na Bahia, nesta segunda-feira (1º de abril). O ponto alto foi a Marcha do Silêncio, em Salvador, que saiu às 17h, da Praça da Piedade, chegando ao monumento aos mortos e desaparecidos da Ditadura Militar, no Campo da Pólvora.

Com cartazes com fotos de mortos e desaparecidos, flores, tochas e cruzes, os manifestantes caminharam em silêncio ao som de um surdo. Amigos, parentes e companheiros dos 32 desaparecidos baianos durante o regime autoritário (1964 a 1985) foram acompanhados por entidades da sociedade organizada. 

"É uma homenagem às pessoas que lutaram contra a ditadura militar e defenderam a democracia no Brasil. A luta é, também, contra o esquecimento dos crimes cometidos e por respostas sobre as pessoas desaparecidas. Vamos fazer sempre esse ato, e com o apoio de várias entidades. Golpe e tortura nunca mais. Essa luta é de toda a sociedade e não de um grupo, um segmento apenas", afirmou Sirlene Assis, presidenta do Tortura Nunca Mais.

A CTB Bahia reforçou o ato e destacou sua importância para a luta democrática. "A Central reforçará sempre atos contra a ditadura militar, que fez tanto mal ao Brasil. Não podemos esquecer o golpe contra a presidenta Dilma Rousseff [em 2016] e a tentativa de golpe em 8 de janeiro de 2023. Meu pai [o líder sindical Washington de Souza] foi preso e torturado pelo regime e sempre nos inspirou a lutar contra as injustiças sociais e por uma sociedade mais igual. A Marcha do Silêncio é um forte grito por democracia, sempre, e ditadura, nunca mais", enfatizou.

Ex-presidente do Tortura Nunca Mais na Bahia, Diva Santana, afirmou que os desaparecidos não serão esquecidos. "Mesmo após seis décadas da deflagração do golpe militar, a reação dos familiares, vítimas e da sociedade civil pelas buscas aos desaparecidos e pela condenação dos culpados continua forte", frisou a irmã e cunhada dos desaparecidos Dinaelza Santana e Wandick Coqueiro.